14 de jun. de 2011

Sonho de cursar o ensino superior fica mais acessível

Presidenta Dilma anuncia nova modalidade do Fies e gera discussão sobre a qualidade de ensino do país

Por Adriana Nascimento e Juliana Veloso

Os incentivos no campo da educação no Brasil vêm se destacando desde o governo Lula. Com a presidenta Dilma Russef não tem sido diferente. A chefe de estado já anunciou o aumento das escolas técnicas federais, o Pronatec (Programa Nacional de Acesso à Escola Técnica), melhorias no Prouni (Programa Universidade para todos) e Fies (Fundo de Financiamento Estudantil).

O Fies foi criado em 1999 em substituição ao antigo CREDUC (Crédito Educativo). Este ano o Governo Federal anunciou a diminuição da taxa para 3,4% e aboliu a exigência de fiador. Com mais de 500 mil contratos ativos e 29 mil em análise em janeiro deste ano, o programa chega a ser um grande diferencial para quem o utiliza.

A socióloga Angelita Garcia, beneficiária do crédito no ano de 2001, acredita que hoje o programa está bem mais acessível. “Naquela época era bem mais difícil conseguir um fiador, mas parece que isso mudou. Esses incentivos são ótimos, mas também devem prever apoio na pós-graduação, para que quem deseja continuar pesquisando tenha um pouco mais de chance. Mesmo assim, foi essencial para que eu concluísse a graduação”.
Se, por um lado, o programa educacional do governo leva cada vez mais estudantes para as salas de aula, por outro, há uma preocupação de que tipo de aluno chega à universidade. Muitos chegam a ter dificuldades de entendimento conceitual da Língua Portuguesa e operações matemáticas básicas.

“O governo não está preocupado em melhorar a qualidade do ensino-base, por isso investe em ação reativa ao invés de prevenção”, diz Marcia Costa, pós-graduada em Gestão de Projetos. “Mais um exemplo: ao invés de ensinar as regras da Língua Portuguesa, é mais barato acabar com as regras ortográficas, assim todos passam a saber escrever corretamente”, conclui.

Mesmo com problemas na base educacional, situação que precisa ser revista segundo especialistas em educação, os incentivos são bem recebidos pela população, haja vista a grande aprovação dos últimos anos de governo do PT. Com problemas ou não, há mais crianças nas escolas e jovens nas universidades.

A especialista em psicólogia social, Reimi Chagas, confirma essa visão: “A situação ainda está longe da ideal, mas temos que considerar que houve avanços e benefícios significativos para quem deseja estudar, não tem condições financeiras e muitas vezes não pertence nem às camadas médias da população”.

Reimi, que é apresentadora do programa “Conversando com a Psicóloga”, na Rádio Heliópolis 87.5 FM, enxerga a situação com otimismo. “Espero que – de modo bem otimista – nos próximos 20 anos possa ser convidada a falar sobre um novo fenômeno social: a diversidade e o multiculturalismo no ensino superior, fruto de políticas governamentais de incentivo e concessão de bolsas à população de baixa renda que ingressou em massa no ensino superior e conseguiu, assim, ter relativa mobilidade social e pôde investir ainda mais na sua qualificação profissional”, conclui.

2 comentários:

Anônimo disse...

Como diria Richard Bach: Na vida, ensinamos muito melhor o que ainda não sabemos por completo.
Valeu, Hipertexto!

Thiago Batista

Agência Hipertexto disse...

Obrigado, Thiago!
Volte sempre!
Equipe Hipertexto.

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