Filme proibido no mundo inteiro causa polêmica no Brasil

Longa metragem sérvio tem exibição vetada no país

Por Bianca Castilho e Vasco Guimarães

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Foto: Divulgação

O Ministério da Justiça anunciou na quarta-feira a suspensão da classificação indicativa do longa-metragem ”A Serbian Film - Terror Sem Limites”, cuja exibição fora proibida no Festival de Cinema do Rio, e posteriormente, no território nacional.

Inédita, a suspensão da classificação indicativa inviabiliza, na prática, o lançamento do filme no circuito comercial dos cinemas.

Na década de 1970 e 1980 foram proibidos de serem lançados os filmes “Je voux salout Marie” e “A Última Tentação de Cristo” respectivamente, devido ao teor religioso.

Em 1999, uma comédia do diretor americano, Kevin Smith, com teor satírico voltado à crença religiosa, gerou polêmica e manifestações pedindo sua proibição. A CNBB pressionou o governo para proibir a exibição do filme em território nacional. Não conseguiram a proibição do longa,  mas proibiram o curta animado que seria exibido antes do filme.

A Serbian Film foi proibido na maioria dos festivais onde foi inscrito, devido ao tema, que segundo seu diretor, Srđan Spasojević, simboliza a decadência da sociedade sérvia, mas seu conteúdo é extremamente subversivo, focado no submundo dos filmes pornô e de perversão sexual .

Cenas com pedofilia e assassinato permeiam a obra, “inviabilizando” sua exibição.

Para Fábio Riggi, escritor da revista Sibila, a ideia de brincar na linha que separa sexo e loucura é uma boa metáfora para a maneira com a qual a sociedade explora o sexo como forma de consumo.

“Só espero que “A Serbian Film” tenha algo de interessante sobre essa questão, embora acredite que seja apenas mais uma tentativa de usar o sexo como uma forma de consumo, um interminável “mais do mesmo".

Marcelo Castilho, 48 anos, sócio da rede Cinesystem diz o motivo de não exibir o filme na sua rede: “Somos uma rede de cinemas comercial, e como sendo assim avaliamos certos aspectos, tais como: distribuição, se o filme se enquadra no target da praça e na qualidade da obra”.

Maurício Sabbag, integrante da ANCINE, disse que a ANCINE não interfere nas decisões de veto ou proibições.

“O filme não foi exibido no festival do Rio por uma decisão judicial e que a ANCINE jamais vetaria um filme, tanto é que o filme foi exibido em dois festivais (Porto Alegre e São Luís do Maranhão)”.

Sabbag diz também que todos os filmes exibidos no Brasil tem que ter o código da ANCINE inclusive para serem enviados para o Ministério da Justiça a fim de obter uma classificação indicativa.

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