3 de jun. de 2013

Em dez anos número de imigrantes cresceu 86,7% no Brasil, segundo IBGE


Com a entrada de 1.700 haitianos em duas semanas pelo Acre, governo quer agora modernizar as leis de imigração
Por: Allyne Pires e Gabriela Ferraz

O Censo Demográfico de 2010 registrou 286.468 imigrantes de outros países viviam no Brasil há pelo menos cinco anos e em residência fixa. Em abril deste ano, no Acre, 1.700 haitianos cruzaram a fronteira. Com isso, o governo quer modernizar as leis de imigração.

Entre os anos 2010 e 2011 quase 600 mil pessoas vieram morar no Brasil. Desde 1890 não há tantos imigrantes. Com o fim da escravidão, no fim do século XIX, é que se deu a entrada em massa de imigrantes.

Segundo o sociólogo Silvio Pinto Ferreira Junior, o governo do século XIX enxergou como a alternativa para substituir o trabalho escravo nas lavouras de café. “Além de uma busca aproximativa étnica do biotipo europeu”, completa.

Atualmente, os imigrantes tem sido: bolivianos, chineses, coreanos e africanos, além de refugiados haitianos. Geralmente esses imigrantes trabalham em pequenas indústrias de confecção.

“O motivo principal dos movimentos migratórios é em busca de melhores condições de vida e isto está diretamente relacionado às condições de trabalho e oportunidades”, afirma o sociólogo.

A filha de uma chilena, Caroline Gallardo da Silva, é vendedora em loja de eletrônico e conta que seus avós vieram ao Brasil para embarcar para a Itália em busca de trabalho, mas foram barrados e ficaram. “Minha mãe diz que aqui tem bem mais emprego e as pessoas ganham melhor”, diz.

Para o sociólogo, apesar do Arsenal da Esperança e do SESC Carmo serem os principais centros de referências para os imigrantes “o Brasil ainda não tem estrutura adequada, nem controle preciso da entrada deles”. O que favorece sua permanência, pois pela legislação é preciso ter o Registro Nacional de Estrangeiros (RNE).

O chinês Yao Lin Loo, dono de uma loja de eletrônicos, conseguiu o RNE permanente. “Minha mulher teve filho aqui, tiveram que me dar, se tem filho tem que dar”, expõe. “Para minha mãe foi um pouco mais difícil, porque ela não veio para ficar aqui, foi tudo de última hora”, afirma Caroline.

De acordo com o Conselho Nacional de Imigração, o estrangeiro que reside no Brasil tem os mesmo direitos que os brasileiros nos termos da Constituição e das leis.

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