Pesquisadores são questionados para mudar prática de estudos científicos
Por: Lívia Donadeli
O cultivo de células humanas pode ser uma alternativa aos testes em animais. Foto: Banco de Imagens |
No último dia 18, ativistas dos direitos dos animais invadiram o Instituto Royal, em São Roque (SP), e libertaram cães da raça Beagle. Eles acusam a empresa de submeter animais a maus tratos durante pesquisas científicas. Essa mobilização civil estimula a discussão sobre alternativas ao uso de animais.
Estudos são feitos para que haja diferentes formas de se obter um resultado científico. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) anunciou uma semana após o episódio, que irá rever os protocolos para a prática feita com animais. Ela também admitiu ter uma falha na fiscalização dentro das instituições.
O uso da célula humana é apenas a primeira etapa do processo para chegar no resultado. Sua substituição por testes em animais não têm a mesma eficácia por não ter um desenvolvimento do orgão para responder à medicação. “Um estudo onde precisamos ver o funcionamento do rim, do coração, não serve na célula. Já no animal, ele tem todo o processo circulatório e conseguimos observar se os órgãos funcionam na forma correta”, explica Maricel Cunha, estudante e pesquisadora na área de farmácia. Ela afirma que as cobaias passam por um processo rígido para serem usadas, precisam de um bom motivo. “A maioria dos animais são de linhagem A, que significa linhagem pura e leva um selo de qualidade para obter os melhores resultados, é um mal necessário”, completa.
A célula-tronco, por exemplo, é uma das mais conhecidas para realizar experimentos contra doenças como Câncer, Diabetes, Alzheimer entre outras. Seu uso ficou conhecido nos anos 80, quando pesquisadores descobriram as células-tronco embrionárias de um camundongo. Só após 17 anos que foram descritas as primeiras células-tronco embrionárias humanas, o seu atraso foi por motivos legais e éticos. “Desde então tem sido derivadas, em diferentes locais em todo o mundo, e esse campo de pesquisa segue crescendo. No Brasil, a primeira linhagem foi descoberta em 2009, pelo grupo do LaNCE (Laboratório Nacional de Células-tronco Embrionarias de São Paulo)”, relata o site oficial.
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