Por: Gabriela Ferraz
O livro “Rota 66: A história da polícia que mata”, escrito pelo jornalista Caco Barcellos, foi publicado pela Editora Record, em 2008. Nele é relatado a história da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), polícia especializada de São Paulo.
Dividido em três partes, “Rota 66”, “Os Matarores” e “Os Inocentes”, Caco Barcellos relata o modo como a Rota 66 realiza as perseguições dos suspeitos, qual o seu critério para definir se eles são culpados ou não e como ocorre a ação. O jornalista aponta que, na maioria dos casos, as pessoas assasinadas pelo PMs eram de pele negra ou parda e de baixa renda.
A rotina descrita no livro é a denuncia de uma realidade assustadora. Os suspeitos são cruelmente assasinados, geralmente com um tiro na cabeça, sem ao menos terem reagido à perseguição. Horas após as chacinas os PMs levam os corpos até o IML (Instituto Médico Legal) e fazem o BO (Boletim de Ocorrência), no qual constava que havia ocorrio resistência por parte dos suspestos e troca de tiros.
Para redigir este livro, Caco Barcellos fez uma base de pesquisa, nomeado como Banco de Dados, nela continha os BOs e processos arquivados pelos PMs, as divulgações do jornal Notícias Populares e o contato direto com o radialista Chico Plaza, que tinha informações privilegiadas e antecipadas sobre as ações policiais. Além de entrevistas com as fontes oficiais do caso, testemunhas e familiares das vítimas.
Este livro desmascara a polícia. O “Rota 66: A história da polícia que mata” vai além da grande mídia que divulga somente os relatos das fontes oficiais e revela a realidade da polícia de São Paulo, realidade essa que persiste até hoje.
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