18 de ago. de 2011

Associação Amoamooca batalha por preservação de área verde

Desapropriação faz parte dos 20 terrenos que renderão 480 milhões aos cofres da administração municipal

Por Adriana Nascimento e Juliana Veloso

Praça Alfredo Di Cunto, que será vendida a iniciativa privada, "não existe respeito em relação à opinião da comunidade", diz vice-presidente da AmoaMooca
Foto: Juliana Veloso

A decisão pela venda da Praça Alfredo Di Cunto, na Mooca, foi publicada no Diário Oficial no dia 7 de julho a pedido do atual prefeito da cidade Gilberto Kassab. Também conhecida como “praça das flores”, o espaço com 6 mil metros quadrados, situado na avenida Alcântara Machado, é uma das áreas municipais que serão vendidas à iniciativa privada em troca de construção de creches.

“É uma pena que a gente não tenha força para barrar. Acho que os moradores se sentem fracos em relação a isso”, diz Sonia Kremer, vice-presidente da Amoamooca. “Não existe respeito em relação à opinião da comunidade”, continua. A associação dos moradores e amigos da Mooca foi fundada em 2001 com a finalidade de preservar a história e arquitetura e divulgar cultura, arte e valorização. No último dia 17, o bairro comemorou seus 455 anos.

Espaço Cultural Mooca, ocupada desde 2005 pela
Associação dos moradores e amigos da Mooca

Foto: Adriana Nascimento
Desde o anúncio do projeto de venda do local, os integrantes da associação vêm se mobilizando com abaixo-assinados e manifestações. Como aconteceu em 16 de julho, 80 moradores da região realizaram um abraço simbólico com a participação da imprensa a fim de chamar atenção do poder público.


No mesmo endereço posto à venda, funciona a escola estufa Lucy Montoro, que abriga o projeto “Filhos da Terra”. O trabalho tem como intuito resgatar a cidadania e promover a inclusão nutricional de hortifrutis no cardápio das famílias em situação de insegurança alimentar. Também forma agentes multiplicadores e, segundo a presidente Zina Giannoccaro, mudas de plantas foram utilizadas em canteiros da cidade. ”Ficamos chateados, pois colaboramos tanto com esse projeto e vão lá e vendem. Temos a felicidade de mostrar que crescemos e compreendemos melhor as coisas, mas eles nos tratam desse jeito”, lamenta. 

Sonia Kremer e Sra Zina Giannoccaro,
vice e presidente da Associação
Foto: Juliana Veloso

A prefeitura, representada pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento, não quis se pronunciar sobre o assunto.

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