Com maior incidência no sexo feminino, a doença se caracteriza pela variação de sintomas
Por Elizabeth Costa e Fernanda Ricardo
Dr. José Carlos Mansur e sua equipe de reumatologistas. Da esquerda para direita Residente Odilon, Dr. José Carlos, residentes Hênio, Thiago e Beatriz Foto: Elizabeth Costa |
“Quando soube não entendi bem, pois é uma doença rara e desconhecida, fiquei com muito medo, mas o médico me assegurou que, fazendo o tratamento, a doença se estabilizaria”, comenta Maria Helena Paranhos, que descobriu a doença há 40 anos. A LES pode atingir múltiplas partes do corpo, principalmente a pele, as juntas, o sangue e os rins, e pode causar sérios problemas ao longo da vida.
É uma doença razoavelmente comum no consultório dos reumatologistas e, apesar de não ser divulgada de maneira expressiva, devido aos avanços na medicina o LES tem sido diagnosticado com mais frequência e seu prognóstico é muito melhor do que 15 anos atrás.
Senhora Maria Helena Paranhos com um aluno da escola em que trabalha. Ela diz que atualmente não toma nenhuma medicação. Sua doença está inativa há 10 anos. Foto: Elizabeth Costa |
Atinge principalmente mulheres (9:1) em idade reprodutiva, iniciando-se mais comumente entre 20 e 40 anos. É tem maior incidência em certos grupos étnicos, como negros e asiáticos e pode ser bastante benigno até extremamente grave e fatal.
As manifestações clínicas são as mais diversas entre os pacientes e os sintomas variam muito. As queixas gerais mais comuns são mal-estar, febre, fadiga e falta de apetite, as quais podem anteceder outras alterações por semanas ou meses.
Existem três tipos de lúpus: lúpus discóide, o lúpus sistêmico, e o lúpus induzido por drogas. O lúpus discóide é limitado à pele identificado por inflamações cutâneas, já o lúpus sistêmico pode afetar quase todos os órgãos e sistemas. O lúpus induzido por drogas ocorre como consequência do uso de certos medicamentos. Os próprios medicamentos para tratar o lúpus, podendo levar a um estado de lúpus induzido.
O diagnóstico do LES é feito através da associação de dados clínicos e laboratoriais e às vezes é difícil e demorado, pois a doença pode variar sua apresentação. “Quando me falaram que eu poderia ter lúpus me assustei, porém, após os exames, constataram que era reumatismo. Como os diagnósticos são muito parecidos, se enganaram”, explica Ângela Bertolli, que constatou reumatismo após sentir muitas dores. Contudo, as novas técnicas de laboratório e o maior conhecimento e habilidade dos médicos para identificar a doença tendem a minimizar as dificuldades do diagnóstico.
Mesmo havendo protocolos internacionais para o tratamento de doenças complexas como o LES, cada paciente tem a sua história, ou seja, o tratamento depende dos sintomas e de sua intensidade. “Nos últimos anos, com a melhora no reconhecimento precoce da doença e o tratamento mais eficaz, temos tido melhores resultados”, afirma Mansur.
Os medicamentos utilizados podem provocar efeitos colaterais importantes e devem ser manejados por profissionais experientes. A evolução da doença é imprevisível,podendo alternar-se em períodos mais calmos ou severos e até mesmo um período de remissão (inatividade da doença).
Ângela Bertolli teve suspeita de estar com Lupus, porém o seu diagnóstico era de reumatismo. Foto: Elizabeth Costa |
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