6 de nov. de 2012

ARTIGO: Que futebol é esse?


Por: Maris Landim

O intercâmbio milionário de jogadores entre times paulistas denota o potencial rentável do futebol no Brasil e a decadência deste esporte, antes visto como arte. Recentemente, um Ganso acostumado com a brisa do mar, resolveu pousar suas asas na selva de pedra tricolor e seu trajeto conturbado lhe rendeu um gramado bem verde.

A novela teve fim, o então jogador de sucesso do Santos Futebol Clube, Paulo Henrique Chagas de Lima, mais conhecido como Ganso, agora responde pela camisa oito do São Paulo Futebol Clube. De uma negociação polêmica, concorrida e cheia de reviravoltas que terminou com o maior valor já pago por um jogador entre clubes brasileiros, cerca de 23,9 milhões de reais, restou a indignação de uma sociedade fascinada pelo ‘futebol arte’ e decepcionada com a supervalorização de jogadores, que tão longe de seu auge lucram com transações milionárias.

O novo meio campista encerrou sua trajetória na Vila Belmiro e mesmo com lesões na coxa esquerda, motivo pelo qual pouco atuou na temporada, garantiu sua vaga para os próximos cinco anos na zona sul da capital. Lançado em 2005, pelo tão almejado Centro de Treinamento Meninos da Vila, agora separado de seu amigo de noitadas, Neymar, o atual jogador tricolor terá que no mínimo valer os 32 dias de negociação e uns poucos milhões de reais.

De fato, não dá para negar que a Vila é uma escola de talentos. Como esquecer o Rei do futebol, Pelé? Aquele que com simplicidade trouxe títulos mundiais para a nossa nação, mas, e hoje? Que futebol é esse? Jogadores que ditam moda, dançam em shows e pedem música? E o esporte? E a arte tão conhecida e invejada internacionalmente?

Jogar futebol hoje é um negócio lucrativo e sensacionalista que exige, de certa forma, um estrelismo. Um negócio no qual os jogadores são trocados como cartas de baralho, que mesmo sujas e rasgadas valem mais que a quantia apostada. Torcedores lotam os estádios na esperança de títulos, jogadores recebem altos salários, técnicos são trocados pela opinião do apresentador. Será que aos quarenta e cinco minutos do segundo tempo a chuteira mais cara é a de quem vai fazer o gol?

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