5 de abr. de 2011

Calçadas da cidade de São Paulo prejudicam a circulação de pedestres

Em situação precária, as calçadas paulistanas necessitam de reforma e adaptações para os deficientes

Por Fernanda Ricardo

“Vejo muitas pessoas tropeçarem nas calçadas próximas a minha residência, e eu tenho que ir para a valeta às vezes para não ter que ir desviando dos buracos que encontro”, diz Zaíra Lima, moradora da região da Vila Formosa e portadora de mobilidade reduzida desde 2008. Calçadas em más condições e que não possuem rampas de acesso, por exemplo,  prejudicam pedestres, cadeirantes, a correta circulação de carrinhos de bebê e o tráfego tranquilo de idosos que possuem dificuldades de locomoção.

Buracos, desníveis, lixo e comércio ambulante foram identificados como os maiores problemas para a mobilidade dos pedestres. Segundo a assessoria de imprensa da subprefeitura de São Paulo, o proprietário de cada imóvel é responsável pela construção e manutenção do trecho de calçada em frente a seu lote. A única medida que pode ser adotada pela administração pública é a aplicação de multas. Visto que não há uma fiscalização sistemática, as calçadas ficam abandonadas, esburacadas e muitas vezes o pedestre caminha junto ao tráfego.

Segundo o urbanista José Gianelli, para que houvesse a diminuição desses transtornos, seria necessário repensar a forma de urbanização, pois a cidade foi crescendo desordenada e sem uma padronização de seus pavimentos. “Existem alguns estudos que visam a melhorar as condições das calçadas, de forma que o poder público as executaria através de projetos específicos, não deixando a cargo de cada particular, porém isso são apenas estudos”, conclui. Ele ainda cita que existem problemas com relação à arborização e a colocação de postes desordenadamente na cidade, o que dificulta a circulação, principalmente, dos deficientes físicos.

Entretanto, há as exceções. Em São Miguel Paulista, no extremo leste da capital, as ruas possuem calçadas rebaixadas para acesso dos cadeirantes. Elza Fernandes, esposa de Aparecido Nonato, deficiente desde que teve um traumatismo craniano em 2009, afirma que as calçadas são adaptadas e que, para se deslocarem até a AACD, no Ibirapuera, utilizam transportes especiais.


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