3 de nov. de 2011

Planejamento econômico faz diferença no lar dos brasileiros

A partir de um controle de gastos é possível melhorar o orçamento doméstico e diminuir os problemas familiares

Por Elizabeth Costa e Fernanda Ricardo

Alimentação: um dos gastos básicos dos brasileiros
Foto: Elizabeth Costa
“Ao final de cada mês, algumas pessoas têm certo dinheiro em conta para ser aplicado e outras não têm nenhum controle do salário, e o que vier do próximo mês será para cobrir o débito do mês passado”, afirma Horácio Santos, especialista em economia doméstica. Atualmente, poucas pessoas sabem da importância de se administrar as contas do lar e, quando os gastos não são geridos, a tendência é que o orçamento doméstico não cubra as despesas necessárias.

Estudos revelam que, em geral, as famílias brasileiras não dão grande valor ao assunto por falta de conhecimento e pela própria cultura vigente, herdada por anos e anos de inflação, que gerava um cenário desfavorável ao planejamento, mesmo de curto prazo.

Alguns estudiosos comparam a estrutura de uma casa à de uma empresa. Assim como algumas coorporações, nosso lar tem variação de porte, podendo ser: micro, pequena, média ou grande. E, assim como a empresa precisa de um planejamento que requer produção de receita para cobrir as despesas e ainda geração de sobras – destinadas para investimentos ou formação de poupança, por exemplo.

A elaboração de um orçamento doméstico dispensa a exigência de  conhecimento técnico. Qualquer pessoa pode criar o seu orçamento, descrevendo todas suas despesas prováveis e as receitas do mês. A grande diferença consiste no acompanhamento dos valores previstos e do realizado, e como o gestor desta ferramenta se comporta. Se o orçamento for elaborado e levado a sério, a tendência da situação financeira familiar  é de melhorar substancialmente. É importante resaltar que o orçamento deve ser escrito para evidenciar o resultado previsto  e permitir a comparação com o realizado, normalmente no final do mês, quando é formada a receita (recebimento dos ganhos diversos,  salários etc.).

Raquel Souza tenta contabilizar as despesas do lar
Foto: Elizabeth Costa
Não que os salários não devessem ser melhorados, mas perder alguns neurônios aplicando alguns conceitos básicos de economia doméstica em suas finanças pode ajudar (e muito) a minimizar ou até mesmo reverter resultados desfavoráveis ao seu bolso”, conclui Santos. A empresária Gretha Ruiz percebeu a necessidade de um planejamento quando foi morar sozinha. “A maneira que encontrei para gerir meu orçamento doméstico foi fazer uma planilha para toda a entrada e saída de dinheiro, e, assim, obtive um maior controle”. Contudo, há também pessoas que não conseguem desenvolver hábitos de economia, como desabafa a dona de casa Raquel Souza: “Sou completamente perdida. Tentei fazer o controle. Em um mês deu certo, já no outro me esqueci de marcar os gastos e fui me perdendo cada vez mais”.

Alex Castro, também especialista em economia doméstica, dá algumas dicas em seu site (www.interney.net.blogs/economia_domestica) para quem quiser começar do zero e economizar:

- Corte tudo o que puder ser cortado: Tudo mesmo. Cancele a terapia, as aulas de dança, a assinatura da TV a cabo, da revista semanal, tudo. Depois, à medida que for sentindo mais falta de uma ou outra coisa, vai começando de novo, uma de cada vez, aos poucos. Ou seja, jogando o ônus do trabalho em refazer o serviço, não em cancelar.

- Nunca, nunca, nunca compre nada de primeira, no impulso: Experimente a roupa, namore o livro e depois saia correndo da loja e não olhe pra trás.

- Arranje uma medida de conversão: Uma boa medida de conversão pode ser ou uma hora do seu trabalho, ou alguma coisa que você compre muito.

- Saia de casa sem cartão de banco e sem cartão de crédito: evite a tentação.


- Anote todos os seus gastos e coloque-os em uma planilha: tenha este controle.

Administrar o orçamento familiar ainda é um desafio
Foto: Elizabeth Costa
O tema economia doméstica necessita de atenção especial da sociedade, assunto este que, desde cedo, deveria ser abordado nas escolas, com o objetivo de formar crianças e adolescentes controladores do orçamento familiar, ou seja, futuros gestores do lar. “Quanto mais precoce aquirirmos o hábito de planejar, mais fácil é de tornar isso nossa rotina”, argumenta Santos.

A falta de administração dos gastos em casa pode ser uma das origens de endividamento, que leva as finanças do lar a um déficit irrecuperável (falência), produzindo, no ambiente familiar, uma série de problemas, inclusive de saúde e desgastes emocionais. Havendo mudanças de atitude, simples, e ao alcance de qualquer cidadão, é possível minimizar estes e outros problemas, e ainda ter uma segurança futura.

1 comentários:

Raquel Souza disse...

Adorei a materia, é muito complicado mesmo manter uma rotina de marcar os gastos em meio a minha rotina atarefada.

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