27 de fev. de 2011

Entrevista: Rinaldo José Andrade (Mantega), presidente da Nenê de Vila Matilde

Por Carolina Ribeiro, José Roberto Pessoto e Roberta Chamorro

Com a intenção de fazer um de seus maiores carnavais, a Nenê de Vila Matilde irá abrir a segunda noite de desfiles no sambódromo, no sábado, 5 de março. Na ocasião, será feita uma homenagem para “Seu Nenê”, fundador da escola que morreu em 2010 aos 89 anos, vítima de complicações no pulmão. O enredo, “Salis sapientae: uma história do mundo”, narrará a evolução da humanidade a partir do sal. A Agência Hipertexto conversou com o presidente da escola, senhor Rinaldo José Andrade, mais conhecido como “Mantega”, que nos contou os detalhes e expectativas para Carnaval 2011.
Agência Hipertexto: Por que o sal foi a escolha da escola?
Mantega: Porque era um enredo sobre o qual nós tínhamos conhecimento, que transmite uma história, um enredo rico e maravilhoso que vocês irão ter a oportunidade de conhecer na avenida.
Agência Hipertexto: De onde surgiu a ideia de falar sobre o sal?
Mantega: Surgiu do nosso Carnavalesco Delmo de Moraes, nossa diretoria estudou e aceitou.
Agência Hipertexto: Qual é a expectativa da escola em relação ao Carnaval 2011?
Mantega: Ganhar! (risos). Além de ganhar o Carnaval, que é uma disputa, mostrar que o Carnaval é cultura, é a história de um povo, de uma raça.
Agência Hipertexto: O senhor acha que o Carnaval tem um papel social na vida da população?
Mantega: Sem a menor sombra de dúvidas, é lógico que tem. Não só o Carnaval como as escolas de samba, gerando empregos, dando oportunidades para quem talvez não tenha uma qualificação. Agrega às pessoas a sociedade, ensina, de certa forma educa.
Agência Hipertexto: Quando Seu Nenê faz mais falta?
Mantega: O Seu Nenê, para a nossa cultura, para o nosso samba, faz falta em todos os momentos. Num ensaio como esse, no desfile, faz falta para o samba de São Paulo. A figura dele, a força, faz falta. Tenho certeza de que ele está presente entre nós.
Agência Hipertexto: Como foi a escolha da madrinha de bateria Ângela Bismarchi?
Mantega: A Ângela é nossa madrinha de bateria desde o ano passado. A escola passou por um momento difícil e ela esteve conosco, acreditando na escola. Não tivemos escolha: é ela.
Agência Hipertexto: Quando começa a preparação para o Carnaval e quando termina?
Mantega: Começa quando acaba esse (risos). E não termina nunca. O Carnaval não para, é constante evolução, constante trabalho. Carnaval é dinamismo puro. A gente está trabalhando neste Carnaval e já está trabalhando no outro.
Agência Hipertexto: Quando vocês têm férias?
Mantega: Aos domingos a gente está aqui ensaiando, fazendo aquilo que gostamos, curtindo, cantando, dançando, revendo as pessoas com quem gostamos de estar – essas são nossas férias. Não tem dia específico. Temos a oportunidade de trabalhar todos os dias e com prazer, não necessitamos de férias.
Agência Hipertexto: O que o público deve esperar da escola?
Mantega: A escola tem 62 anos, nossos desfiles são marcados com garra, força e muita determinação. O público pode esperar tudo isso aliado a um salto de qualidade que a escola está dando no Carnaval, com suas alegorias e fantasias. A Nenê é um pouquinho diferente de algumas escolas de samba – ela tem seu desfile diferenciado.
Agência Hipertexto: O que é necessário para desfilar e fazer parte da Nenê?
Mantega: Amar o samba, gostar do samba, gostar da Nenê de Vila Matilde. Gostou do samba, gostou da Nenê, a Nenê está de portas abertas para as pessoas que têm a mesma intenção que a nossa. As pessoas devem vir para a escola, passar bons momentos, cantar, dançar, fazer daqui um ambiente agradável, escolher uma fantasia e desfilar.
Agência Hipertexto: De onde vem a verba para manter a escola?
Mantega: Prefeitura e Rede Globo.
Agência Hipertexto: E o percentual de bilheteria?
Mantega: A parte da administração fica com a Liga das Escolas de Samba, da qual a Nenê faz parte.
Agência Hipertexto: Qual sua rotina de trabalho na Nenê?
Mantega: Integral, diuturnamente. Ontem – quer dizer, hoje (risos) – às 9h15 da manhã eu fui descansar, porque ontem nós estávamos retirando nossos carros alegóricos e levando para o sambódromo. Tem dia que você acorda mais cedo, acorda mais tarde, não para de falar de Carnaval, não para de falar de samba. A nossa rotina é o samba. É o amor pelo samba, pela cultura, pela alegria, que é o que o samba traz.

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