A inclusão de estudantes com necessidades especiais nas universidades é um tema cada vez mais discutido no âmbito acadêmico
Por Cleane Nunes e Rafael Galindo
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Respeitar as necessidades de cada aluno é fundamental
Foto: Cleane Nunes |
Sabemos que é no campo educacional, um espaço diversificado, que o jovem tem a oportunidade de conviver e ter suas expectativas desenvolvidas e realizadas. Com isso, a presença de alunos com necessidades educativas especiais se tornou cada vez mais presente em instituições de ensino superior. Para isso, a acessibilidade é um fator importante para essas pessoas, principalmente em se tratando de um ambiente acadêmico, uma vez que, não adaptada corretamente, pode impossibilitar esse jovem do direito de ir e vir, e aprender.
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Amanda: “Elevador é essencial, pois não posso andar muito”
Foto: Cleane Nunes |
Amanda Armani Perez, 21 anos, estudante de Design Gráfico, trabalha na área financeira, é portadora de displasia, doença que consiste em uma desorganização celular onde há alterações no tamanho, impossibilitando um crescimento correto. Ela nos revela que nunca desistiu de seu aprendizado e, felizmente, desde o ensino fundamental, sempre passou por instituições com boa acessibilidade. "A escola em que estudei era muito boa, havia rampas, adaptaram uma mesa para mim, sempre se preocuparam muito com meu bem estar. Já aqui na universidade meu pai tem autorização para entrar com o carro sem pagar, e me deixar na porta da sala, o que me facilita e muito”.
Já Douglas Lourenço Fernandes, 30 anos, estudante de Jornalismo e operador de telemarketing, utiliza cadeira de rodas desde criança devia a uma paralisia cerebral. Ele diz que já sofreu dificuldades na sua vida cotidiana, mas nada que o tenha abalado emocionalmente. "Minha faculdade oferece uma boa estrutura, o prédio é adaptado, mas melhorias são sempre bem vindas. Só não concordo com cotas, pois acredito ser uma forma de discriminação velada".
Para a psicóloga social Jacqueline Silva, as cotas são importantes, pois são um avanço a mais para a inserção desses jovens no ensino superior, e, quanto mais eles estiverem entre nós, mais entenderemos e passa
remos a conhecer suas dificuldades. "O preconceito é causado pela ignorância. O conhecimento sobre essas pessoas e suas limitações nos tornarão pessoas capazes de aceita-lás cada vez mais com igualdade".
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Natividade: “Tive uma colega de classe com deficiência visual” Foto: Cleane Nunes |
O professor de Direito, Cristiano Afonso Natividade, que tem um aluno com deficiência visual, diz que ele é muito aplicado e inteligente e adverte que ele não quer ser tratado como um "coitadinho". "Durante a aula sento e explico tudo para ele poder entender e imaginar. Na hora da prova vem uma professora ler as questões para ele". Ele ainda relata que o aluno é muito participativo, interessado e independente. Se alguém quiser ajudar, ele aceita, caso contrário, ele se vira muito bem sozinho, não se sente excluído.
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Érika: “Os colegas me ajudam bastante”
Foto: Cleane Nunes |
Érika Nascimento, 26 anos, estudante do último ano do curso de Farmácia, também portadora de uma displasia rara, explica que o suporte dado a ela pela universidade é muito importante, como, por exemplo, um carrinho para leva - lá da entrada do campus até a saída. "O tratamento dos professores e dos alunos comigo é normal, nenhuma diferença, o pessoal me ajuda basta
nte em tudo".
Todos os alunos entrevistados nessa matéria são unânimes ao dizer que o apoio familiar é um fator fundamental na vida deles.