6 de jun. de 2012

Sistema de cotas é aprovado e continua a existir no país


A reserva de vagas para negros em universidades públicas ainda gera diferentes opiniões entre as pessoas


Por: Cleane Nunes e Rafael Galindo

Educação é um direito de todos, sejam negros, brancos ou índios.
Foto: Cleane Nunes

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) aprovaram no final do mês de abril, por unanimidade projeto que confirma a política de cotas raciais adotada em universidades brasileiras. Eles julgaram a medida como compatível com a Constituição Federal. A decisão vale para todas as universidades públicas que já usam ou pretendem implantar o sistema e isso divide opiniões.
Mauro Barchi, 49 anos, estudante de Direito, não concorda com a decisão. "A pessoa deve ser avaliada pelas suas condições sociais não pela sua cor, isso para mim é racismo”. Ele ainda explica que a Constituição Federal diz que todos somos iguais perante a lei, então não devemos ser favorecidos pela cor da pele.

“Cotas, no momento, contribuem para a igualdade nas universidades”
Foto: Cleane Nunes

Já Renan Bruno de Assis, 19 anos, estudante de Engenharia Mecânica diz que é totalmente a favor. “O racismo não será criado com as cotas, pois já existe há muito tempo e dificulta a vida de muita gente. Em minha constatação real, negros não têm as mesmas oportunidades que os brancos infelizmente”. Ele ainda acha que as cotas devem ser destinadas a todas e quaisquer pessoas que dela necessitem.
José Carlos Viana, Coordenador e professor Mestre de Direito da Universidade Cruzeiro do Sul, explica que, devido ao atraso existente hoje no país em relação ao acesso à educação, temos que entender que as cotas raciais são necessárias. Elas diminuem a desigualdade, mas, para ele, isso é por um prazo determinado. “Com o avançar do acesso à educação, naturalmente essa questão há de ser diminuída a cada ano, mas hoje contribui para tentar dar o parâmetro de igualdade de acesso às universidades".

Rafaela: “somos todos iguais nos deveres e nos direitos”
Foto: Arquivo pessoal
Rafaela Damasceno, 21 anos, estudante de Comunicação Social, não tem uma opinião formada sobre o assunto. "Não sou a favor nem contra. Sou negra e acredito que essa história ainda está muito nebulosa. Vejo várias pessoas tomando iniciativas tanto pró ou contra, mas dificilmente alguém sabe ao certo o que está se passando ou como funciona o sistema de seleção entre negros e brancos realmente. Não dá para negar que negro realmente é subjulgado em certas instituições educacionais."
O STF ainda vai analisar outras ações que tratam de cotas. Uma delas é a de um estudante negro que não foi aprovado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul por conta da reserva de vagas para alunos das escolas públicas.

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