Enquanto ganha espaço em veículos de comunicação de alcance nacional, essa prática vem, também, gerando dúvidas e debates
Por Ingrid Taveira, Larissa Leonardi e Tatianne Francisquetti
Há remédios homeopáticos para dormir, emagrecer, depressão entre outros (Imagem Freestock) |
Tema de reportagens em diversos programas, como o SBT Repórter transmitido no último dia 11, a medicina alternativa torna-se alvo de polêmicas ao possibilitar o confronto entre seus usuários e entre os que não acreditam em sua eficácia.
Além de programas televisivos e reportagens da mídia escrita, diversos outros meios são utilizados com a finalidade de defender um dos dois pontos de vista. Em fevereiro deste ano, por exemplo, ocorreu o evento 10²³: Homeopatia é Feita de Nada. Com o intuito de comprovar a ineficiência da homeopatia, consiste na ingestão de overdoses de remédios homeopáticos, feita por diversas pessoas em diferentes lugares do mundo, ao mesmo tempo. A União Europeia pretende colocar em votação um projeto de lei para realizar a proibição do comércio de remédios naturais, como os já citados homeopáticos.
As divergências de opiniões se estendem desde a comprovação de sua utilidade, até a escolha da nomenclatura “alternativa”. Enquanto o nome remete ao conceito de algo que pode ser utilizado no lugar de outra coisa, outras denominações surgem. Filomena De Luca, especialista em variadas ramificações da medicina alternativa, como a acupuntura e a cromoterapia, prefere utilizar a denominação medicina vibracional. De acordo com ela, o nome seria mais próximo do conceito teórico, já que ela trabalha com diversos níveis de energia, não somente do campo físico. “É uma energia equilibrada no todo, que faz o indivíduo atuar bem em todas as áreas, que não só com qualidade física, mas qualidade mental, espiritual, emocional, energética”, afirma.
Filomena de Luca, especialista em medicina vibracional (Arquivo pessoal) |
Para Filomena, o nome medicina complementar também é mais adequado, pois essa prática medicinal deve ser usada em conjunto com a medicina tradicional. “Uma não existe sem a outra. Quando você cura um indivíduo só a nível físico, ele volta a ter a doença, porque a gente não mexe na causa verdadeira. A gente está tratando dos sintomas, que aparecem no corpo físico. A causa, normalmente, é de origem espiritual, emocional”, comenta a especialista, explicando que a medicina complementar é responsável por essa cura emocional e por evitar o retorno da doença.
Juliana Tavares da Silva, assistente de cadastro, procurou a medicina alternativa para resolver problemas na coluna, mas não obteve resultados a longo prazo. Em sua opinião, a eficiência do tratamento depende, na verdade, do organismo de seu usuário. “Não sei se é psicológico, mas tem gente que usa, se acha melhor, por algo ter mudado, e acredita. Eu não acredito”, conclui.
Já Giovanna Boghi, também assistente de cadastro, recomenda. Usuária de homeopatia há cerca de quinze anos, ela procurou o tratamento para resolver problemas alérgicos e da garganta. Para ela, a medicina alternativa fortifica o organismo para que seu usuário não volte a apresentar a mesma doença. “Acredito que, por ser natural, tem uma fórmula diferente que talvez trabalhe mais com o lado de reforçar o organismo, para que você não fique doente. Acredito que a composição da homeopatia realmente faça efeito no organismo”, ela diz, enfatizando que o efeito no é real, e não apenas psicológico.
“Eu acho que é fé”, diz Priscila Dermenjian, publicitária, que fez uso de remédios homeopáticos durante dois meses, mas também não obteve resultados. Ela ainda opina sobre os motivos que levam um paciente a buscar esse tratamento: “As pessoas sempre buscam uma alternativa para não entrar na faca, fazer um corte, usar uma droga mais pesada. Elas ouvem sobre um remédio homeopático que não faz mal, que não é pesado, então vão atrás”. Apesar de não ter ficado satisfeita com sua própria experiência, Priscila afirma considerar o uso válido para quem acredita em seus efeitos e discorda de medidas extremas que visam a desacreditá-la.
Quanto às desvantagens e perigos do tratamento, Filomena salienta o risco de procurar pessoas despreparadas e tratamentos enganosos. Ela frisa a necessidade de verificar os registros do profissional junto a um órgão competente, como o conselho regional, certificar-se de que ele possui qualificação e dar preferência a indicações de pessoas conhecidas, ao invés de priorizar propagandas.
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