22 de mai. de 2011

Medicina alternativa ganha destaque na mídia e se torna tópico de discussões

Enquanto ganha espaço em veículos de comunicação de alcance nacional, essa prática vem, também, gerando dúvidas e debates

Por Ingrid Taveira, Larissa Leonardi e Tatianne Francisquetti

Há remédios homeopáticos para dormir, emagrecer,  depressão entre outros
(Imagem Freestock)

Tema de reportagens em diversos programas, como o SBT Repórter transmitido no último dia 11, a medicina alternativa torna-se alvo de polêmicas ao possibilitar o confronto entre seus usuários e entre os que não acreditam em sua eficácia.

Além de programas televisivos e reportagens da mídia escrita, diversos outros meios são utilizados com a finalidade de defender um dos dois pontos de vista. Em fevereiro deste ano, por exemplo, ocorreu o evento 10²³: Homeopatia é Feita de Nada. Com o intuito de comprovar a ineficiência da homeopatia, consiste na ingestão de overdoses de remédios homeopáticos, feita por diversas pessoas em diferentes lugares do mundo, ao mesmo tempo.  A União Europeia pretende colocar em votação um projeto de lei para realizar a proibição do comércio de remédios naturais, como os já citados homeopáticos.

As divergências de opiniões se estendem desde a comprovação de sua utilidade, até a escolha da nomenclatura “alternativa”. Enquanto o nome remete ao conceito de algo que pode ser utilizado no lugar de outra coisa, outras denominações surgem. Filomena De Luca, especialista em variadas ramificações da medicina alternativa, como a acupuntura e a cromoterapia, prefere utilizar a denominação medicina vibracional. De acordo com ela, o nome seria mais próximo do conceito teórico, já que ela trabalha com diversos níveis de energia, não somente do campo físico. “É uma energia equilibrada no todo, que faz o indivíduo atuar bem em todas as áreas, que não só com qualidade física, mas qualidade mental, espiritual, emocional, energética”, afirma.

Filomena de Luca, especialista em medicina
vibracional
(Arquivo pessoal)
Para Filomena, o nome medicina complementar também é mais adequado, pois essa prática medicinal deve ser usada em conjunto com a medicina tradicional. “Uma não existe sem a outra. Quando você cura um indivíduo só a nível físico, ele volta a ter a doença, porque a gente não mexe na causa verdadeira. A gente está tratando dos sintomas, que aparecem no corpo físico. A causa, normalmente, é de origem espiritual, emocional”, comenta a especialista, explicando que a medicina complementar é responsável por essa cura emocional e por evitar o retorno da doença.

Juliana Tavares da Silva, assistente de cadastro, procurou a medicina alternativa para resolver problemas na coluna, mas não obteve resultados a longo prazo. Em sua opinião, a eficiência do tratamento depende, na verdade, do organismo de seu usuário. “Não sei se é psicológico, mas tem gente que usa, se acha melhor, por algo ter mudado, e acredita. Eu não acredito”, conclui.

Já Giovanna Boghi, também assistente de cadastro, recomenda. Usuária de homeopatia há cerca de quinze anos, ela procurou o tratamento para resolver problemas alérgicos e da garganta. Para ela, a medicina alternativa fortifica o organismo para que seu usuário não volte a apresentar a mesma doença. “Acredito que, por ser natural, tem uma fórmula diferente que talvez trabalhe mais com o lado de reforçar o organismo, para que você não fique doente. Acredito que a composição da homeopatia realmente faça efeito no organismo”, ela diz, enfatizando que o efeito no é real, e não apenas psicológico.

“Eu acho que é fé”, diz Priscila Dermenjian, publicitária, que fez uso de remédios homeopáticos durante dois meses, mas também não obteve resultados. Ela ainda opina sobre os motivos que levam um paciente a buscar esse tratamento: “As pessoas sempre buscam uma alternativa para não entrar na faca, fazer um corte, usar uma droga mais pesada. Elas ouvem sobre um remédio homeopático que não faz mal, que não é pesado, então vão atrás”. Apesar de não ter ficado satisfeita com sua própria experiência, Priscila afirma considerar o uso válido para quem acredita em seus efeitos e discorda de medidas extremas que visam a desacreditá-la.

Quanto às desvantagens e perigos do tratamento, Filomena salienta o risco de procurar pessoas despreparadas e tratamentos enganosos. Ela frisa a necessidade de verificar os registros do profissional junto a um órgão competente, como o conselho regional, certificar-se de que ele possui qualificação e dar preferência a indicações de pessoas conhecidas, ao invés de priorizar propagandas.

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