Fotografia de eventos desperta novos valores estéticos

"Um show transmite os sentimentos mais sinceros de um artista", afirma Marco Antonio Rossi

Por Bruno Dionisio, Danilo Cardoso e Laís Carvalho

Show banda Beatles Forever
Foto: Diego Ciarlariello

Fotografar um show é uma experiência que atrai muitos fotógrafos iniciantes. Estar diante de um astro ou estrela da música, aproveitar o cenário, congelar as expressões dos músicos e explorar o jogo de luzes – já que fotografar é desenhar com o contraste e com a luminosidade. “Faço as fotos no ritmo da música, fotografando os artistas em outros ângulos e enquadramentos, pegando os movimentos e expressões faciais, brincando com a luz e a composição”, diz Diego Ciarlariello, 19 anos, formado em processos fotográficos pelo Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) e hoje freelancer fotográfico. 

O objetivo principal de um fotógrafo de shows é capturar a energia e o sentimento do artista no palco, tentar fugir do óbvio. “O olhar faz toda diferença. Não é só tendo uma boa câmera que te torna um fotografo. Técnica – o que não é tudo – se aprende”, afirma Ciarlariello. 

O fotógrafo Diego Ciarlariello
Arquivo Pessoal

O produtor de shows de bandas orientais Tiago Spinosa Soares menciona que a fotografia é fundamental para divulgação dos shows. “Sem imagem na rede social não há credibilidade”, comenta. 

Seriados japoneses, como Jaspion e Naruto, são conhecidos por suas músicas, mas muitos não sabem quem são seus intérpretes. É aí que entra o trabalho do profissional que divulga as fotos nas redes sociais, fazendo a propaganda do artista. “É massa ver a foto estampando uma revista, jornal, redes sociais que você admira e agora sua foto está ali também. É bem satisfatório. Tenho fotos publicadas na revista e no site da Rolling Stone Brasil (da qual sou colaborador), nos jornais A Tarde, Correio do Bahia, site da MTV, O Globo, entre outros”, afirma Ciarlariello.

Cantora Céu
Foto: Diego Ciarlariello

“Um show transmite os sentimentos mais sinceros de um artista e, sem a fotografia, não há como eternizá-los”, acredita o historiador, que é Doutor em Antropologia Cultural e professor aposentado, Marco Antonio Rossi de Medeiros. Ele participou de grandes eventos musicais, como Woodstock nos anos de 1959 e 1960, e a vinda da banda Queen ao Brasil.

O ato de fotografar shows requer que o profissional tenha domínio do seu equipamento, além de buscar com antecedência tudo o que acontecerá durante o espetáculo, procurar a assessoria e produção, informar-se sobre duração, repertório, troca de roupas ou cenário, convidados no palco e efeitos especiais.

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