14 de set. de 2011

Atletas brasileiros são punidos por utilizar substâncias estimulantes

A possibilidade de melhores resultados nas competições atrai diversos esportistas a recorrerem a práticas proibidas


Por Ingrid Taveira

Os nadadores são os principais atletas que recorrem ao uso de substâncias estimulantes
Foto: Banco de imagens
No dia 1 de julho, faltando apenas um mês para o Mundial de Xangai, o nadador brasileiro Cesar Cielo foi pego no teste antidoping. O exame foi realizado em maio, no Troféu Maria Lenk, e o campeão olímpico mundial apresentou resultado adverso para uma substância chamada furosemida, encontrada em produtos diuréticos.

Além de Cielo, outros três nadadores apresentaram substâncias proibidas nos testes. A CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) considerou o histórico dos atletas e tomou a decisão de puni-los apenas tirando os resultados do Maria Lenk e dando uma advertência, alegando que não houve aumento no desempenho dos atletas.

Apesar da decisão da CBDA, o caso gerou repercussão mundial e trouxe o assunto à tona.  O doping é caracterizado pelo uso de substâncias que potencializam o desempenho do atleta, e a prática, apesar de ilegal no mundo esportivo, é descoberta com frequência. Para Jéssica Novais, 17 anos, nadadora, essas substâncias servem como um atalho para que os atletas alcancem seus objetivos da maneira mais fácil. 

Segundo Otto Gustavo Mendes, 17 anos, nadador, a principal causa dos atletas recorrerem ao doping é a dificuldade de se destacar entre os demais praticantes da modalidade e a constante pressão de superar a si mesmo.

Otto, e seu treinador, em uma competição de natação
Foto: Arquivo pessoal
Já para o professor doutor José Artur da Silva Emim, coordenador do curso de graduação em Farmácia da Universidade Cruzeiro do Sul, os motivos são diversos. “Atualmente, essa é uma questão bastante discutida. Penso em inúmeros motivos: pressão do patrocinador, pressão social, desconhecimento dos limites da competitividade, desvio de conduta, etc.”, declara Emim.


A punição para aqueles que são pegos no teste antidoping vai de advertência a suspensão definitiva, embora, na maioria dos casos, seja estabelecida uma suspensão de dois anos. Contudo, as consequências do uso de algumas substâncias vão além da penalidade recebida no mundo esportivo. De acordo com Emim, os efeitos colaterais das drogas podem até incapacitar o atleta de continuar sua carreira. “Focando apenas os estimulantes do sistema nervoso central, cito agressividade, distúrbios graves de comportamento, estimulação cardíaca e elevação da pressão arterial”, alerta o professor.

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