Produções autônomas saem do anonimato, mas poucas chegam aos grandes palcos
Setembro é o mês da cultura independente em São Paulo. Com respaldo da Secretaria Municipal da Cultura, o projeto existe há 5 anos. Locais como Centro Cultural São Paulo, Galeria Olido e Centro Cultural Ruth Cardoso terão atrações diversificadas. A ideia é levar ao público diferentes linguagens (poesia, música, cinema), com valores simbólicos ou gratuitos.
Nos últimos 3 anos, Danilo Pauluk trabalhou em seu Cd "Rock Pop Retrô Atual" Arquivo pessoal |
Danilo Pauluk, hoje com 33 anos, atua no meio desde os 18. Nos últimos três, trabalhou em seu disco “Rock Pop Rêtro Atual”, sem nenhum patrocínio e verba controlada. “A cena musical independente do Brasil é batalhadora, mas sem um bom patrocinador fica bem mais difícil”, comenta.
“É difícil ter acesso às grandes mídias, que vão muito por estilos musicais que estão na moda, sem se preocupar com a qualidade do trabalho musical e também por esses artistas venderem mais fácil”, diz o músico e compositor.
Com base na promoção, proteção e valorização da cultura, em 1991 foi instaurada a Lei Rouanet, lei federal de incentivo à cultura que institui políticas públicas para a cultura nacional. Ações culturais passam a ser patrocinadas por empresas e cidadãos que, por meio de incentivos fiscais, destinam parte do Imposto de Renda a obras do tipo.
Para o contador de histórias e ator, Luciano Costa, 36, a Lei Rouanet não sociabiliza a cultura, e sim leva a uma privatização de “gostos”, já que as empresas acabam patrocinando o que lhes interessa, pois dão mais importância à valorização de sua marca perante o público.
O sistema vem passando por constantes reformas. Segundo publicação na página do Ministério da Cultura, desde fevereiro cresceu o número de criadores que colocam diretamente a “mão na massa” com projetos mais modestos.
Há quem acredite que a independência existe até certo ponto. ”Gravamos em casa, divulgamos, organizamos shows. Mas sempre almejamos chegar lá, ter sucesso. Quem procura o meu trabalho como produtor quer que o trampo dê retorno”, dispara Raphael Carniça, 25, da Carniça Produção Independente.
Para ele, a cultura independente só existe porque as grandes corporações não abraçam a todos. Se houvesse oportunidade, estariam todos lá. “Agora, se falarmos em alternativo, de querer produzir com o próprio suor, algo diferente, é outra história”, afirma.
"A Lei Rouanet privatiza gostos", diz Luciano Costa Foto: Juliana Veloso |
Para o ator, que também é formado em Jornalismo, o acesso à cultura ainda é pequeno. As pessoas não têm condições de consumir e, mesmo quando há ações gratuitas, o problema fica na compreensão do que está sendo apresentado. “Eu vejo a possibilidade de acesso, mas também um grande analfabetismo funcional, que dificulta tudo. Porque Cultura é o que cultivamos, num sentido mais amplo é o que fazemos em sociedade, e não conseguimos perceber o quanto isso molda e interfere em nossas vidas”, conclui.
Danilo Pauluk, lançou seu primeiro trabalho solo no final de 2010, confira no site abaixo:
...
Luciano Costa - Contador de Histórias e ator Contatos: lucianoecosta@gmail.com Saiba mais sobre contação de histórias no site do Luciano, acesse: |
historiasdecontabrincando.wordpress.com
Conheça o trabalho do Dolores Boca Aberta Mecatronica de Artes, acesse:
doloresbocaaberta.blogspot.com
Conheça o trabalho do Dolores Boca Aberta Mecatronica de Artes, acesse:
doloresbocaaberta.blogspot.com
0 comentários:
Postar um comentário