Cada vez mais os jovens preferem jogos que proporcionam interatividade e perda de peso
Por Carolina Campos, José Roberto Pessoto e Roberta Chamorro
A cada dia os jovens apelam para os “games corporais”, alguns por sedentarismo, pela falta de tempo no dia a dia ou até mesmo com objetivo de reabilitação.
“A estudante Isabela Feitosa, 23 anos é adepta aos jogos interativos desde 2009.” Uso pelo menos 5 vezes por semana. Comprei com o objetivo de entretenimento e prática de exercícios físicos”,comenta.
Para os adeptos do esporte, é importante saber que, por exemplo, uma partida de futebol pode ser jogada individualmente contra um time controlado por computador, ou seja, mesmo sem ter um companheiro a prática do esporte é garantida.
Francisco Lopes Junior, usuário de games interativos Foto: Arquivo Pessoal |
“Eu não comprei com a finalidade de realizar exercícios físicos, mas acho que o jogo pode ser utilizado como equipamento esportivo, inclusive para treinamentos aeróbicos, como lutas e danças. Minha família também joga e todos suam”, ressalta o administrador Francisco Lopes Junior, 29 anos.
O professor do curso de jogos digitais André Kishimoto define o desenvolvimento de um jogo, em dois pontos principais, finalidade de entretenimento/diversão e lucro. “O jogo deve ser divertido e entreter o jogador”. Afinal, se o jogo não é divertido, ninguém vai querer jogá-lo. Quanto ao lucro, o desenvolvimento de jogos é um trabalho como outro qualquer, e por trás dos jogos há profissionais, empresas e muito dinheiro envolvido.
Os jogos adaptados aos consoles ou periféricos, no caso do Nintendo wii e Kinect, respectivamente, proporcionam aos jogadores desafios e, consequentemente, a prática de exercícios físicos, como, por exemplo, tapar buracos com as mãos, inclinar-se para poder descer a correnteza de um rio, usar o corpo para rebater bolas, dirigir um veículo movimentando os braços, praticar corridas, lançamento de dardos, de discos, futebol, vôlei de praia, tênis de mesa, boliche, boxe e dança apenas com o movimento do corpo.
“Atividades que podem ser feitas dentro da região de um tapete e que não requerem muitos acessórios, pensando na prática original sem o uso do console/videogame, podem ser reproduzidas em um jogo, inclusive seus resultados. Agora, caso um jogo digital anuncie que os jogadores obterão o mesmo resultado e condicionamento físico de atividades como natação, corrida, pedalada ou partidas de tênis, vou discordar. Certas atividades são difíceis de serem simuladas sem o devido equipamento”, acrescenta Kishimoto.
Essa nova tecnologia também está a serviço da saúde. Diversos hospitais e centros de reabilitação em todo o mundo estão utilizando os jogos como ferramenta da fisioterapia, para ajudar os pacientes a se recuperarem das sequelas de lesões, como o AVC, o trauma raquimedular e outros tipos de lesões neurológicas.
Os pacientes jogam neste sistema durante a sua sessão de reabilitação, sob supervisão de um profissional fisioterapeuta ou terapeuta ocupacional.
A fisioterapeuta Simone Freitas, que atua em reabilitação de acidente, utiliza os jogos de forma coadjuvante à terapia convencional. “É um recurso que utilizamos para estimular o paciente para que ele tenha mais iniciativa, consiga realizar dupla tarefa, transferência de peso adequada. Também podemos treinar equilíbrio dinâmico e simular atividades da vida real, proporcionando agilidade e segurança”.
Margarida Midori, professora de educação física. Foto: Arquivo Pessoal |
A professora de educação física Margarida Midori concorda que todas as atividades que envolvem movimentos corporais e exercícios físicos resultam em bem-estar e saúde às pessoas, porém ela orienta que os jogos podem causar lesões aos praticantes, devido aos movimentos repetitivos e excessivos, principalmente lesões articulares graves ou ponderadas. ”Deve-se fazer aquecimento e alongamento antes do início da prática, seja em qualquer esporte. É muito importante acompanhamento médico e profissional da área”.
“Os pacientes de todas as clínicas com lesão medular, acidente vascular cerebral (AVE), traumatismo crânio encefálico (TCE), doenças neuromusculares (DNM), podem ser beneficiados, porém, devem ter o mínimo de entendimento do jogo que será proposto. O terapeuta também deve respeitar as limitações físicas que o paciente apresenta. Os resultados e o tempo do tratamento dependem da evolução de cada paciente”, complementa Simone.
A tecnologia avança diariamente com lançamentos de novos produtos. Para Kishimoto, é válido lembrar que apesar de ser um profissional da área de jogos digitais, nada substitui uma boa partida de futebol, basquete, vôlei, ou qualquer outro esporte entre os amigos.
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