Para Haddad, o desempenho do aluno brasileiro será maior se tiver a chance de ficar mais horas exposto ao conhecimento
Por Adriana Nascimento
Fernando Haddad em entrevista coletiva no mês de setembro Foto: Portal do Mec, Fabiana Carvalho |
O ministro da educação, Fernando Haddad, declarou no último mês de setembro em entrevista coletiva que o MEC (Ministério da Educação) estuda ampliar a carga horária nas escolas. Com o objetivo de melhorar a qualidade de educação básica, o órgão analisa qual o melhor formato da ampliação: o aumento de dias letivos de 200 para 220 por ano ou ampliação da jornada diária de quatro para cinco horas.
“Concordo com a proposta do ministro; apesar de não estar sabendo o que seria essa carga horária maior, exatamente. Com mais matérias, com ensino complementar, com alimentação? Ou apenas uma ou duas horas a mais, de aulas dadas da mesma maneira?”, pensa Denise Alves, 49 anos, mãe de Pedro e Iago, 10, estudantes no Centro Educacional Raízes em São Sebastião.
"Concordo com a proposta do ministro, mas há ressalvas", Denise Alves e seus filhos Foto: Arquivo pessoal |
Para Denise, além do aumento da carga horária o currículo escolar deve incluir alimentação completa, horário para estudos, aulas de complementação, música, artes e esportes.
Conforme informações divulgadas no Portal do Mec, as condições de infra-estrutura das escolas e outros programas, como a alimentação, por exemplo, serão também analisadas pelos secretários de cada Estado.
Pós-graduada em psicopedagogia e professora de ensino fundamental I das redes Municipal e Estadual de São Paulo, Juliana Eliete, 27, acredita que, como os profissionais na área de educação acumulam o cargo de professor para ter uma renda mais adequada, com esta ação, muitos seriam prejudicados.
Para a professora, a proposta do ministério deve ser ampliada para outras áreas: “Qualidade e quantidade são conceitos diferentes. Além da consciência da necessidade de melhor formação do professor, revisão de currículo e avaliações, a qualidade está diretamente ligada ao contexto em que se insere o ensino. Neste contexto cabe saber qual perfil socioeconômico e cultural, qual o acesso deste educando a informações como bibliotecas, internet, cinema, teatro e viagens, além do apoio e estímulo da família”, completa.
PNE: Universalização do ensino no brasil Foto: Banco imagens |
Em maio deste ano, a comissão de educação do Senado Federal aprovou um projeto que aumenta a carga horária da educação infantil ao ensino médio de 800 para 960 horas anuais.
As ações do Ministério e do Senado têm a ver com a meta do PNE (Plano Nacional da Educação) que prevê que 50% das escolas básicas do país ofereçam o ensino em tempo integral entre 2011 a 2020.
3 comentários:
Seria ótimo também, se aumentassem além da caraga horária, a qualidade do ensino, não adianta abrir tantas vagas e aumentar o tempo dentro da sala de aula, senão compensar toda a defasagem na educação pública brasileira!
Sem falar nas condições dos prof°s, ou melhor na falta de condições que eles tem para trabalhar, o que só decai o rendimento, a prioridade não deve ser só a baixa da taxa de analfabetismo, pois não há desenvolvimento num país cuja população seja semi-analfabeta, mas o domínio do seu respectivo idioma e capacidade de raciocínio e articulação sobre assuntos como a política brasileira e desenvolvimento sócio-econômico, gerando assim, sustentabilidade.
Obrigado pela participação, Marina!
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Abraços
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