3 de mai. de 2013

ONG britânica quer mudança em maços de cigarros


Pesquisa aponta que cerca de 30% começam a fumar antes dos 16 anos, principal motivo é a influência dos amigos
Por: Yulika Ganizev

A ONG (Organização Não Governamental) britânica Cancer Research UK, que trabalha na prevenção e no tratamento de câncer, solicita mudanças nos rótulos dos cigarros para proteger crianças e adolescentes. Ela divulgou uma pesquisa feita na Grã-Bretanha apontando que mais de trinta por cento dos menores que começam a fumar são crianças e adolescentes, que tem entre onze e quinze anos. Diz ainda que quase trinta por cento dos jovens deste país experimentaram cigarro, ao menos uma vez, com menos de dezesseis anos.

Lapphayette Vicco, fumante há quase cinco anos, relata que experimentou o seu primeiro cigarro aos doze, mas os motivos que o levou foram outros. “Experimentei por influência de amigos, fumei cigarro de cravo. Não dei continuidade, voltei a fumar depois dos vinte anos”. Embora alguns fumantes e ex-fumantes digam que o maior atrativo na hora de começar a fumar é os amigos e os cigarros com sabores, que camuflam o gosto amargo, a Cancer Research pede que os maços sejam padronizados e tenham destaque apenas para alertas de saúde, pois sem rótulos brilhantes e chamativos, as crianças teriam um motivo a menos para engrenarem no vício.

A psicóloga Maria Conti afirma que o maço pode sim ser sedutor. Segundo ela, existem na psicologia, áreas de pesquisas em parceria com marketing para tentar identificar os fatores que estimulam a aquisição do produto. Gisele Andrade, ex-fumante, também teve o contato inicial com o tabaco ainda na adolescência. Ela garante que o atrativo maior eram os amigos, assim como no caso de Vicco.

A psicóloga diz que é comum que a criança ou o adolescente use como referência o ‘outro’, que pode ser o amigo, os pais ou um irmão. “É com a observação que eles podem se colocar na mesma condição que a pessoa usada como referência. Esse fato pode ser positivo também, como por exemplo, a criança observar que não quer de modo algum aquela situação para ela, criando uma aversão à condição dele.” Ela acredita que as mudanças no rótulo do cigarro pode sim fazer com que a criança dê menos atenção ao produto, mas ressalva que a avaliação só poderá ser feita com o tempo.

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