MEC alega que a decisão foi tomada para não sobrecarregar a estrutura do exame e evitar erros
Por Carolina Fortunato e Marco Antonio Ramos
O Ministério da Educação cancelou, no dia 20 de janeiro, a edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que seria realizada nos dias 28 e 29 de abril deste ano. Em nota, o Ministério da Educação informou que a única edição do Enem ocorrerá nos dias 3 e 4 de novembro, e que a realização de duas edições em 2012 “sobrecarregaria as estruturas logísticas do exame”.
“Acredito que não ter o Enem agora prejudicará muito as pessoas que gostariam de ingressar na universidade no segundo semestre do ano”, comenta o estudante de Direito da Universidade São Judas Tadeu, Raul Barcelos, 21 anos, que é bolsista do Programa Universidade para Todos (Prouni).
Barcelos: “Não ter uma chance para o segundo semestre prejudicará as pessoas” Foto: Rafaela Pietra |
A reunião que decidiu cancelar a primeira edição contou com o secretário-executivo do MEC, Jose Henrique Paim Fernandes, da direção do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) e de representantes da empresa Modulo Security, especializada em gestão de risco e que comandou a aplicação do Enem 2011.
Segundo Rodrigo Bravo, que se prepara para o vestibular da USP (Universidade de São Paulo) deste ano, o cancelamento da prova de abril pode atrapalhar o cronograma de outros estudantes. “Eu não vou precisar estudar para abril e para novembro, pois já presto o Enem e a FUVEST juntos, mas tenho amigos que tinham um cronograma diferente, que se prejudicarão e terão de adaptar-se a esta nova condição”, alega.
Bravo: “Não acredito que o Enem vai ser mais complicado, nem mais organizado” Foto: Rafaela Pietra |
Para Edgar Nakamura, professor de inglês em um cursinho preparatório para o vestibular, o cancelamento desta edição do Enem é a prova da desorganização do programa. “Sou a favor do Enem. Ele é benéfico, mas, infelizmente, não acredito no exame. Em todos os anos existem problemas, cancelamentos, fraudes. Espero que esta decisão sirva para corrigirem essas falhas, pois é muito importante para o desenvolvimento da educação”, declara o professor.
A decisão do MEC contraria a portaria publicada em 20 de maio de 2011 no Diário da União, que determina a aplicação do Enem, ao menos, duas vezes ao ano a partir de 2012.
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