Estudante do 6º semestre de Psicologia na Universidade Cruzeiro do Sul, Vinicios Fernandes busca unir suas duas paixões: psicanálise e literatura. Nas horas vagas gosta de escrever contos e poemas, utilizando a escrita como uma forma de se expressar. “São minhas flores no asfalto. Feias, mas nasceram”, é assim que Vinicios analisa suas obras. Por ser um passatempo, Vinicios não se vê publicando poemas: “Não procuro me promover com isso, são apenas algumas palavras bonitas expressando sentimentos que eu trazia por pessoas e por mim mesmo.”
Minha Tormenta
Um novo amanhecer gélido,
Triste e cinzento...
Lágrimas de um céu mórbido,
Sopradas pelo vento,
Enquanto o sol se esconde.
Faces sombrias me observam da vidraça.
Desenhadas pela chuva que escorre na janela;
E, indiferente ao esforço que eu faça,
Gritando em vão o nome dela,
Apenas a solidão me responde.
Fujo da cama por temer o terror dos sonhos,
Mas o inferno me encara em meu ócio...
Meus pensamentos são escuros e medonhos,
Saio então, pra fazer da chuva meu ópio,
Enquanto minha frustração ascende.
A tempestade me abraça enquanto caminho
Meus pés descalços pisam no cimento...
Grito contra o céu, chorando sozinho,
Minha mente se despedaça em sofrimento,
E a vida em mim se arrepende!
Vem a noite e a chuva perdura.
Suspeito de onde estes passos me levarão...
Cada sentimento é uma tortura,
E a morte é a única salvação
Quando viver em si te ofende...
Chego a ponte, enfim tão alto
Percebo que se aproxima o fim da trama,
Parto então para o ultimo salto
Encerrando, enfim, meu drama...
Onde a vida com a morte se funde.