A escola bilíngue é o melhor meio para a sociabilização, alfabetização e inclusão social dossurdos
Por: Allyne Pires
SignWriting – sistema de escrita da língua de sinais – para o sinal de estudar. Foto: Allyne Pires |
Desde a década de 80, no Brasil, os surdos exigem mudanças e debatem novas alternativas para a educação, inclusive na alfabetização em LIBRAS através do SignWriting.
Em 1996, a ONU instituiu que os portadores de necessidades especiais devem receber apoio nas estruturas comuns, como a educação. Para isso, alunos surdos começaram a ser inseridos em escolas comuns e a adaptação feita foi apenas a contratação de intérpretes.
Esse modelo de inclusão (surdos em classes regulares sem saber LIBRAS ou português) não ajuda. Os surdos recebem informações somente dos intérpretes, que, geralmente, não possuem conhecimento na disciplina.
Pode-se notar a evasão no ensino quando se trata de surdos nestes estabelecimentos. No total de 766.344 surdos até 24 anos, apenas 56.024 estão matriculados em um ensino. Só 3% possuem o ensino médio concluído. No ensino superior somente 344 surdos, 90% em rede privada.
Sinal estabelecido pelos surdos para identificar a Feneis (Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos). Foto: Allyne Pires |
Segundo a Feneis, os surdos devem participar de Escolas Bilíngues para Surdos desde pequenos. “Estas escolas propiciarão às crianças surdas condições para adquirir e desenvolver a LIBRAS, como primeira língua, e a Língua Portuguesa, como segunda língua, tendo oportunidade para vivenciar todas as outras atividades curriculares específicas”, completa.
Deste modo, o Ensino Médio e Superior podem ser feitos em escolas e universidades comuns, desde que intérpretes estejam presentes em salas de aula com aluno surdo.
A educação de surdos, atualmente, é repensada devido ao reconhecimento da LIBRAS como língua oficial dos surdos brasileiros (Lei 10.436/02) e a mudança de postura frente à surdez.
Sinal para estudar em LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais). Foto: Allyne Pires |
A educação oralista, que via a criança surda como “ouvinte deficiente”,é superada e cada vez mais o bilinguismo ganha seu espaço. Este modelo educacional implica mudanças no Sistema Educacional para Surdos. Segundo a Feneis, tais mudanças precisam ser feitas desde a preparação dos profissionais, desenvolvimentos de pesquisas sobre as línguas de sinais até metodologia e materiais didáticos específicos.
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