Pioneiros do Heavy Metal em formação quase original fizeram show inédito para 70 mil pessoas em São Paulo
Por: Gabriel Bonafé
Presença de Ozzy no vocal do Black Sabbath foi inédita no palco brasileiro. Foto: Divulgação |
Sexta-feira, 11 de outubro. No horário de Brasília, 21:05. Um público de 70 mil pessoas aglomerado no Campo de Marte, zona norte de São Paulo, estava prestes a registrar 45 anos em 2h. É o show do Black Sabbath, banda inglesa de 1968 que se apresenta pela primeira vez no Brasil com sua formação quase original — Ozzy Osbourne nos vocais, Tony Iommi na guitarra e Geezer Butler no baixo. Só faltou o baterista Bill Ward, que por problemas pessoais foi substituído por Tommy Clufetos da banda solo de Ozzy.
Horas antes, o Megadeth fica responsável por aquecer o público. Com instrumental veloz e pesado, a banda de Dave Mustaine cativa com os hits "Symphony of Destruction", "Peace Sells" e "Holy Wars". O show de abertura dura 1h e, apesar de empolgante, só leva os fãs árduos do Trash Metal ao delírio. No término, um intervalo para preparo do palco. Neste momento o público sente o cansaço da longa espera na fila, da dificuldade de chegar ao local e da quantidade de álcool e drogas ingeridas. As energias parecem esgotadas até que as luzes se apagam e ouve-se o sádico riso de Ozzy. Energias voltam em dobro. Iommi dá a potência com os riffs de "War Pigs".
O show procede com as clássicas "Into the Void", "Under the Sun" e "Snowblind", que abre alas para a nova "Age of Reason", do álbum "13" lançado neste ano. O público acompanha a banda em tudo: riffs, letras e entusiasmo. Os buracos no Campo de Marte não são problemas para aqueles que se esgueiram em grades e costas de outros fãs. O baixo volume das caixas é preenchido pelo eco da multidão. Três faixas do primeiro álbum dão sequência: “Black Sabbath”, “Behind the Wall of Sleep” e “N.I.B.”, sucedidas por outra nova, “End of the Beginning”.
Depois da arrastada e fascinante “Faries Wears Boots”, um tempo para Ozzy descansar com a instrumental “Rat Salad”. O solo de bateria Clufetos emenda o fim da faixa sem vocal com as palavras de Ozzy: “I am Iron Man”, fazendo o público explodir com o single mais consagrado do Black Sabbath. Após a última nova do show, “God is Dead?”, e da romântica “Dirty Women”, a banda anuncia o encerramento com “Children of the Grave”, prometendo um bis caso o público ‘enlouquecesse’. Não precisava pedir. Iommi apresenta os riffs de “Sabbath Bloody Sabbath”, mas era apenas ‘brincadeira’. Na lenta melodia, Ozzy grita: “go fucking crazy”, e vê as poeiras levantarem junto às rodas punks que se abrem para celebrar “Paranoid”.
O Black Sabbath se despede e manifesta amor ao público. “We love you all. God bless you all”, foram as palavras de Ozzy para a calorosa recepção dos fãs, que guardarão aquelas 2h eternamente em suas cabeças.
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