Ansiedade e falta de atenção aos treinos são os principais causadores de lesões no esporte
Por: Verônica Honorato
Chave de braço, conhecida como “Arm lock” e “Leg lock”. Foto: Verônica Honorato |
O Jiu-jitsu (ou arte suave) é a mais antiga das artes marciais. Sua pratica é capaz de proporcionar benefícios à saúde física e mental, porém por ser um esporte de grande contato físico também é causador de graves lesões. Principalmente se for orientado por um profissional sem capacitação adequada. Segundo dados da revista eletrônica “Saúde CESUC” (2010), um programa de treinamento mal elaborado ou mal vivenciado pode acarretar em lesões seríssimas de efeito imediato ou retardado.
O atleta pode vir a lesionar-se não só durante a fase de treinamento, como na fase de competição em decorrência de um programa cujas atividades tenham sido incorretamente planejadas ou executadas. Existem seis técnicas no Jiu-Jitsu desportivo permitidas em competições que são: chaves, torções, estrangulamentos, pinçamentos, imobilizações e projeções. Todas podem causar sérios traumas quando aplicadas com toda magnitude.
Anderson Batista da Silva treina Jiu-Jitsu há 16 anos. Foto: Verônica Honorato |
O professor de inglês Kleyr Ermacora treina Jiu-Jitsu há dez anos e afirma ter sofrido inúmeras lesões que foram agravadas devido à ansiedade de voltar ao treino. “Não me lembro quantas lesões já sofri, porém a mais intensa foi no tornozelo após uma chave de perna. Consegui me recuperar depois de três meses, mas poderia ter voltado antes se não tivesse me precipitado e recomeçado os treinos antes de estar preparado”, comenta.
Anderson Batista da Silva, professor graduado pela Federação Paulista de Jiu-Jitsu, defende um treinamento que exige cuidados. “Não acho que seja possível impedir lesões neste tipo de esporte, mas tento evitar e por isso prezo um treinamento iniciado com aquecimentos”, afirma. Em 12 anos de carreira, o Silva destaca que nunca teve um aluno ferido gravemente. “As lesões que ocorreram foram consequência de treinos mal executados por falta de paciência e atenção deles. Alguns querem ir rápido demais e isso acaba prejudicando o treino e até mesmo ocasionando ferimentos. Por isso, a disciplina é importante”, completa Silva.
A fisioterapia é imprescindível no tratamento desses traumas, tanto nas aulas, sessões de treinamento quanto nas competições de alto nível. Segundo a fisioterapeuta Fabiane Ortiz, a crioterapia pode ser o método ideal para a cura de lesões neste tipo de esporte. “O que define o tratamento é a particularidade de cada lesão e o tipo de tecido ou capsula acometida, mas se fosse colocar em uma ordem ela seria: redução de edema e redução de dor. E a crioterapia é o método ideal para ambas as categorias”, explica. Definida como “terapia fria” esse método retira o calor do corpo através de gases, gelo ou água. Atualmente, é uma das técnicas mais utilizadas pelos fisioterapeutas no esporte, pois é de baixo custo e fácil execução.
A fisioterapeuta ainda ressalta que, em alguns casos, o atleta lesionado precisa passar por procedimentos cirúrgicos. “Dependendo do tecido acometido, articulação ou capsula articular e da intensidade da lesão, pode ser necessário até um procedimento cirúrgico para reparação total. Lesões liganentares e tendinosas são praticamente impossíveis de serem totalmente reparadas, mas lesões musculares graves são possíveis de serem reparadas totalmente entre 6 e 12 meses”, conclui.
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