21 de set. de 2012

CRÔNICA: O futebol pelo buraco da fechadura


Por Mauricio Pizani

Apita o juiz. É fim de jogo! Mais uma rodada do campeonato nacional termina. A imprensa começa a fazer o seu trabalho, especulando o porquê dos resultados, a péssima atuação de alguns jogadores, contratações, troca de técnicos e outros assuntos corriqueiros a esfera esportiva. 

Vendo tudo diante do meu televisor, de repente, toca o telefone. -Alô, quem fala?

Diretamente do além, do lugar onde os gregos intitulavam de Campos Elíseos (céu para os católicos). Uma voz responde.

- Sou eu, Nelson Rodrigues. Quero lhe dizer algo.

-Olá Nelson, diga-me.

Já faz algum tempo que venho analisando o cenário futebolístico da pátria de chuteiras (Brasil), percebi que os kamikases (os ventos sagrados) não sopram mais a nosso favor. Um exemplo disso é a entre safra de times e jogadores bons que estamos vivenciando. Não estamos formando uma seleção para ganhar a Copa que será realizada em solo tupiniquim. Nossas estrelas já não têm o brilho de outrora.Fico espantado também com esses jogadores ‘cai-cai’ que simulam faltas e dores inexistentes, como de praxe, eles brigam e discutem o jogo inteiro e depois se cumprimentam como duas ‘donzelas adestradas’, como se nada tivesse acontecido durante a partida. Essa falta de caráter faz mal ao futebol.O alto escalão, o grupo gestor do nosso futebol (CBF – Confederação Brasileira de Futebol) é tão sujo e corrupto quanto Richard Nixon e o caso “Watergate”, pois vendem os amistosos da seleção canarinho como se fosse um produto que é vendido em botequim. Só jogamos para platéias estrangeiras. É lamentável uma seleção nacional não jogar em casa, diante do seu público. Aqui onde estou é normal ver um elefante branco passando de vez em quando, pois no céu tudo é possível. Agora, esses elefantes brancos que estão sendo implantados no centro-oeste e norte do Brasil (estádio de Brasília e Manaus para a Copa) são absurdos. Na capital federal não há time de futebol para encher as arquibancadas daquela arena colossal. Muito menos Manaus que não tem representatividade alguma para o futebol nacional.

Como diz a música de Chico Buarque - ‘Dormia a nossa pátria mãe tão distraída, sem perceber que era subtraída em tenebrosas transações’ – assim agem os

boçais em nome dessa mentira chamada Copa do Mundo. Mas tudo isso, a sociedade esquece no primeiro balançar das redes da rodada seguinte. O time ganha, o atacante do seu time faz o gol da vitória, o técnico é mantido cargo, a torcida sai eufórica do estádio e a imprensa dá as mesmas notícias. Sobretudo, as falcatruas esportivas permanecem iguais. Caro Pizani, o futebol depois que se tornou um negócio, com apelo de massa, perdeu totalmente a magia e a essência.

- Concordo Nelson.

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