24 de set. de 2012

CRÔNICA: Tempos de escola


Por: Raquel Torres

Quando penso em escola a primeira coisa que me vem à mente é a hora do recreio, sempre estudei em escola pública e a minha era tão pobre, mas tão pobre que davam até lasanha de bolacha de água e sal. É isso mesmo, você não está lendo errado, era lasanha de bolacha de água e sal.

Aquilo era tão ruim que até as tias da cantina tinham vergonha de oferecer para os alunos, e isso não era o pior. Pior mesmo era a sal de aula, as carteiras eram tão pichadas que até pareciam revista em quadrinhos, eu sempre tive a impressão de que um dia sentaria na cadeira e aprenderia mais lendo a mesa do que os livros. O que não era muito difícil já que nos livros de história estava escrito que o presidente da época era o Floriano Peixoto, quem é Floriano Peixoto? Na época eu também não sabia, só fui descobrir esses dias, ele foi o 2º presidente do país em 1892. Os livros da minha escola eram tão velhos que faziam a Dercy Gonçalves parecer criança. E a lousa essa sim parecia a Dercy, cheia de rachaduras.

Tinha uma coisa que eu nunca entendi, uma vez a escola pediu a ajuda dos pais dos alunos para fazerem uma “vaquinha” para comprar cortinas. Só tem um problema às janelas da escola não tinham vidro, todas estavam quebradas, então pra que as cortinas.

Ah, tem uma coisa que eu também nunca me esqueço do tempo de escola, a correria por um giz, as professoras quase saiam à tapa pra ver quem ficava com aquele restinho de giz que mal dava pra segurar. Era engraçado, mas hoje entendo como é crítico o sistema de educação e como é injusto o Governo cobrar pessoas qualificadas para o mercado de trabalho, se o primeiro passo para que isso aconteça depende dele.

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