Por: Fernando Aumada
O Brasil alcançou a marca de um milhão de empresas abertas em 2012. Dessas empresas, 65% são do tipo microempreendedor individual, o MEI. Atualmente existem 2,7 milhões de MEIs no País. De acordo com o Sebrae (Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa) este índice deve aumentar até 2014 e irá ultrapassar o número de micro e pequenas empresas. Acredita-se que até 2022 esse número chegue a 7,8 milhões.
Depois do MEI, os tipos jurídicos mais comuns são a Sociedade Empresária Limitada, com 15%, e Empresário Individual, com 13,5%. Uma diferença esmagadora entre eles. Juntos, os três representam mais de 93% dos novos negócios. Excluindo essa modalidade jurídica, a criação de empresas apresentou uma queda de 19,2% em 2012, passando de 427 mil em 2011 para 345 mil neste ano. Esses outros tipos empresariais representam mais de 80% da capacidade empregatícia do país. O índice funciona como um medidor da atividade econômica, seria este um bom resultado? Será que o Brasil perdeu a confiança na estabilidade empregatícia e consequentemente na economia do País?
A notícia pode até ser interpretada de uma forma positiva, mas o que poucos sabem é que ela está relacionada diretamente com a queda do número de empregos formais. No primeiro semestre deste ano, de acordo com informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o Caged, e divulgados pelo Ministério do Trabalho, foram criados 1,04 milhão de empregos formais. O número representa uma queda de 25,9% frente ao mesmo período do ano passado, quando foram abertas 1,41 milhão de vagas. Em junho, a criação de empregos caiu 44%, para 120.440 vagas, diz o governo. Trata-se do pior resultado para meses de junho, desde 2009.
Microempreendedores individuais são empresários que trabalham sozinhos ou com, no máximo, um funcionário, ou seja, dependem principalmente deles mesmos. Trata-se da formalização de atividades que já existiam, de profissionais que já atuavam no mercado. Mesmo diante dos apelos da mídia por brasileiros mais empreendedores, é necessária a reflexão sobre as consequências desta prática, afinal o País entraria em colapso se todos investissem no microempresariado. Uma economia estável e próspera se baseia em grandes organizações e indústrias.
A sociedade está passando um momento instável, basta abrir os jornais para encontrar graves problemas na economia; greves, crise econômica internacional, alta da inflação, aumento no índice de endividamento da população e outros fatores que agravam, ainda mais, a atual situação econômica desse “País de todos”.
Qual o real sentido do slogan, “Um País de todos”, quando cada vez mais as pessoas procuram independência econômica e um “País para si próprio”?
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