25 de set. de 2012

EDITORIAL: O MMA eleitoral: A militância contratada


Por: Fernando Souza

As eleições para escolha de prefeitos e vereadores vão acontecer em todas as cidades brasileiras no domingo, dia 7 de outubro. Neste sentido, os partidos políticos já estão em campanha eleitoral desde o dia 6 de junho. Ocupando todos os espaços possíveis e impossíveis para conseguir o voto do eleitor, e muitas vezes, também se utilizando de formas, que vão contra a própria essência da política, levando em consideração a concepção mais ampla da palavra.

Um exemplo disto pode ser visto pelas ruas da cidade de São Paulo, em que muitas pessoas supostamente “militantes”, fazem campanha para seus partidos, por meio de panfletagens, bandeiras, cavaletes e até voluntários fantasiados de tucanos, palhaços, bonecos etc.

Até aí tudo bem. O problema com as práticas de alguns partidos, que vai contra a participação política de verdade, está na contratação destas pessoas, que na realidade não são militantes destes partidos.
Estes cidadãos, em sua maioria não têm nenhuma identidade ideológica com estes partidos políticos. Estão ali por uma questão econômica, ou seja, são remunerados para realizarem estas campanhas. 
Entre eles estão: desempregados, aposentados, estudantes e até eleitores de partidos adversários de que estão divulgando.

Uma outra modalidade desta “militância contratada” é a aquisição de modelos femininas e masculinas de agências para panfletarem em frente a universidades, shoppings, igrejas etc. Nesta prática, fica claro a preocupação do partido em captar o voto de um eleitor que se preocupa com a aparência física do militante.
No geral, estas pessoas nem se quer conhecem o candidato e suas propostas, ou ainda a história do partido, estão ali pelo cachê que lhes é oferecido. Mais o transporte e o lanche. Estamos falando de prestadores de serviços não filiados, do partido em questão, que acreditam no programa do partido e votam em convenções partidárias (quando há convenção) para escolher quem será o candidato da sigla que irá concorrer às eleições. Isso quem faz é o militante que hoje são poucos, diferente de outras épocas da história recente do país.

A base deste fenômeno está nos partidos que adotam estas práticas. E não são poucos dentre as 30 siglas partidárias existentes no Brasil, de acordo com TSE – Tribunal Superior Eleitoral.
Estariam as organizações partidárias com dificuldade em filiar pessoas que acreditem em seus partidos a ponto de hastear uma bandeira na rua? 

Pois a contratação destas pessoas pelos partidos, nos leva a acreditar que, estes mesmos partidos pensam ou constataram que uma parte do eleitorado paulistano vota levando em consideração o “rostinho” mais bonito ou a bandeira que estiver mais alta. Ao invés de em suas campanhas ou programas eleitorais, tentarem mudar esta realidade, construindo então uma campanha com características de um MMA “eleitoral”, e assim valendo tudo para conseguir uma cadeira no legislativo e no executivo.

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